Matrix Espiritual
Artigo de Moacir Sader

Infelizmente as religiões terrenas transmutaram os ensinamentos deixados por Jesus quando de sua passagem pela Terra. Muitas delas vêm adotando a necessidade de “aceitar Jesus como único Salvador e pertencer à determinada religião” para ser salvo, como se a evolução espiritual fosse algo fácil e simplista.

Acreditar nessa premissa é admitir a vaidade em Jesus, ou de um Deus, atribuindo sentimentos humanos ao que é divino. Isso não passa de estratégia para prender as pessoas em alguma “sociedade”, que no caso é de cunho espiritual.

Sentimentos tipicamente humanos atribuídos a Deus são percebidos no Velho Testamento bíblico, onde se vê um Deus (ou deus) com vários sentimentos negativos e humanos, tais como: raiva, ira, vingança, vaidade, etc. É até fácil concluir que aquele deus não poderia ser a fonte criadora inicial, o verdadeiro Deus, ainda mais quando contraposto com a grande espiritualidade de Jesus. Este, sim, viveu verdadeira vida santificada enquanto esteve na Terra.

As características do deus do Velho Testamento bíblico sofrerem intensas e percebidas influências dos deuses mitológicos, pois, tais deuses, quando contrariados, apresentavam os diversos sentimentos negativos referenciados, tornando-se, muitas vezes, vingativos, irados, castigadores, além de extremamente vaidosos.

Importante revelação de quem seja realmente o deus da quarta dimensão com influência sobre a Terra está posto nos romances Conspiração Interdimensional e Conspiração Interdimensional 2 - Libertação, onde, enfim, estão evidenciados e compreendidos os defeitos psicológicos e espirituais do deus do Velho Testamento.

É de se concluir, portanto, que a Bíblia em sua composição, além dos enfoques de diversas religiões pagãs, foi influenciada, igualmente, pela mitologia greco-romana. Como exemplo, referencio o estudo de pesquisadores mitológicos que associaram uma passagem da vida de Ulisses (mitologia grega) a uma situação bíblica vivida por Jesus. Quando Ulisses teve que ir ao mundo dos mortos rebaixados aos subterrâneos da Terra (local que acabou tendo o mesmo nome do deus governante do lugar: Hades), reuniu-se com os seus soldados para com eles fazer a refeição de despedida, até porque, ninguém havia voltado daquela dimensão, só que Ulisses voltou. Assim também ocorreria com Jesus, que fez a última ceia com os discípulos antes de sua crucificação. Como Ulisses, Jesus retornou ao terceiro dia.

A vaidade vista em muitos deuses mitológicos e no deus do Velho Testamento não fora percebida em nenhum momento nas palavras e atitudes de Jesus. Tal como escrevi no livro Viagem à cidade espiritual de Necanerom, quando Jesus disse “Eu sou o caminho e a verdade”, não falava de Si, do seu ego, pois isso seria uma vaidade que ele nunca demonstrou em sua vida terrena. Jesus quis dizer, tal como fora igualmente dito pelos Avatares Buda e Krishna, que não se vai a Deus sem encontrar o “Eu Sou” pessoal, que quer dizer: o lado divino, a iluminação existente dentro de cada ser, que se interliga energeticamente com a Fonte Criadora.

Jesus é tido pelos cristãos como a encarnação divina, acontecido somente uma vez na Terra. Esse pensamento cristão advém, em grande parte, porque Jesus, quando esteve entre nós, disse ser o caminho a Deus. Entretanto, torna-se possível, ao estudar outros grandes mestres espirituais, ver que eles falaram algo similar a Jesus. Sri Krishna assim se manifestou certa feita:

Sou a meta do homem sábio e sou o caminho, sou o fim da estrada, a testemunha, o Senhor, o Sustentáculo. Sou o lugar de residência, o começo, o amigo e o refúgio.

De modo semelhante, Buda revelou o caminho, ao dizer:

Sois o meu filho, sou vosso pai; através de mim vós vos libertastes de vossos sofrimentos.

Então, a quem seguir, de quem aceitar suas palavras como verdadeiras? De Jesus, de Krishna ou de Buda? Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que o “Eu” dito por estes três grandes mestres não tem origem nos seus egos. Eles, em verdade, estão afirmando as suas capacidades divinas, suas identidades com o Eu Universal.

Se por um lado, transparecem, inegavelmente, as características divinas dos três mestres espirituais, tornando-se, cada um, em seu tempo terreno, o caminho para se trilhar na correta espiritualidade, em face de seus ensinamentos e exemplos deixados, por outro, é possível deduzir que essa divindade ou essa conexão com o divino está ao alcance de todos, desde que cada pessoa proceda a escalada do espírito em seu interior, seguindo os passos marcantes deixados por esses grandes avatares.

Jesus estava, em verdade, ao dizer sobre o caminho para se chegar ao Pai, ao verdadeiro Deus Cósmico, alertando sobre a necessidade de se buscar a divindade interior, que precisa ser alcançada através da passagem estreita (que será vista mais à frente do que se trata). Para chegar à evolução espiritual é preciso encontrar o “Eu Sou” (a divindade) interior, quando de fato se estará no caminho da iluminação.

Uma ideia encontrada fortemente nos ensinamentos dos três diz respeito ao amor que se deve sentir por todos, inclusive, pelos inimigos. Ao se pensar sobre a postura de como agir, especialmente no que diz respeito aos inimigos, vez que, lamentavelmente eles existem em face da miscigenação energética vigente na Terra (fato destacado nos romances Conspiração Interdimensional e Conspiração Interdimensional 2 - Libertação). Mesmo sem estar preparado para efetivamente sentir amor pelos inimigos, isso no que se refere ao sentimento propriamente dito, é preciso agir amorosamente, ter atitude de amor para com eles, agir sem prejudicá-los, buscando tratá-los com respeito. Daí se estará praticando atitudes de amor; quiçá, em consequência, poderá surgir naturalmente o sentimento de amor por eles.

Jesus não valorizou os cultos nem rituais espirituais, nunca frequentou religião, muito menos as criou. Deixou concretamente exemplos perfeitos para serem seguidos, com orientações singulares tanto colocadas na Bíblia, quanto nos evangelhos apócrifos. Nestes, por exemplo, (como destacado no anteriormente), vê-se a clara orientação de Jesus para se buscar a divindade presente em cada um, vivendo o amor incondicional em todos os lugares, tal como foi o Seu singular exemplo na trajetória terrena.

Para esse caminhar em direção ao céu espiritual não há necessidade de se ligar a alguma linha espiritual e contribuir com pagamentos mensais (dízimo terreno). O que se deve, verdadeiramente, entregar a Deus é o verdadeiro dízimo: o progresso espiritual, uma conquista pessoal, inspirada nos ensinamentos e exemplos práticos de Jesus.

Assim, quanto Jesus falou: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, tal como pude concluir com a passagem bíblica reproduzida a seguir, estava enfatizando que se deve pagar os impostos aos governantes e a Deus entregar a espiritualidade, a iluminação espiritual, pois, isso é que importa realizar e não fazer apenas pagamentos em dinheiro. Deus, o verdadeiro, nunca quis e nem precisa do dinheiro humano.

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé, estas coisas devíeis fazer... (Mateus, Cp. 23, Vs. 23)

No entanto, as religiões cristãs, que desde o nascedouro, quando da compilação da Bíblia pelo primeiro concílio ecumênico do cristianismo - o Concílio de Niceia - vem atuando com artifícios, tendo excluído muitos evangelhos e, também, com prováveis alterações de textos dos evangelhos insertos na Bíblia, tudo com o objetivo de agrupar, na época, as diversas correntes religiosas que estavam dividindo o império romano. Como já destacamos, diversas histórias dos deuses pagãos e mitológicos são encontradas em passagens bíblicas, ensejando concluir que essas histórias foram introduzidas nos textos bíblicos de forma intencional e, quiçá, tendenciosa.

Não há, portanto, como atribuir à Bíblia a origem divina de seus textos, senão por trabalho de muitas mãos de sábios humanos em prol de objetivos bem terrenos, longe do que possa ser atribuído ao divino, se bem que tudo foi acompanhado e ajudado por influências da quarta dimensão, tal como revelado nos livros Conspiração Interdimensional citados

É bom ter em mente que os evangelhos foram escritos efetivamente anos depois de Cristo, cerca de 50 a 70 anos e não por discípulos que conviveram com Jesus. Com isso, sabe-se que as histórias de Jesus foram sendo passadas verbalmente até serem postas de forma escrita. Como se passaram tantos anos dos primeiros escritos sobre Jesus, qualquer alteração feita pelo Concílio de Niceia (três séculos depois), em nada poderia ser contestada, sobretudo porque, é claro, não haveria nenhuma testemunha ocular contemporânea de Jesus.

Para a formação da Bíblia, alguns poucos evangelhos foram escolhidos. Os demais, condenados ao fogo, tidos como hereges, porque, evidentemente, traziam fatos originais diferentes daqueles evangelhos alterados pelo Concilio de Niceia e postos na Bíblia. Daí, foi preciso repudiar esses evangelhos, condenando-os à destruição, o que de fato aconteceu com a maioria.

Nos tempos modernos, porém, alguns dos evangelhos apócrifos começaram a aparecer, sendo redescobertos. Assim têm-se os evangelhos de Judas, Maria Madalena, Tomé e Felipe, trazendo à tona as verdades encobertas.

Fica bem evidente porque esses e certamente outros evangelhos não constaram da Bíblia. Almejavam manter as pessoas enredadas nos moldes planejados (obrigação de aceitar Jesus como salvador e ser salvo pela graça, pertencer à religião, pagar dízimos e ter medo de Deus) e não focar na prática do amor, da elevação espiritual, da iluminação a partir do encontro com a divindade interior por méritos pessoais.

O que se pretendeu, de fato, a partir do Concílio de Niceia, comandado por Constantino, era unificar o império romano e colocar as pessoas presas à teia, enredados na matrix espiritual, tal como visto na trilogia de filme intitulada “Matrix” (os filmes foram baseados em série produzida para um canal de televisão Russa que, por sua vez, foi inspirada em mensagens canalizadas). Essa Matrix de âmbito espiritual objetivava que as pessoas ficassem alheias à verdade, reféns do medo (de deus), vivendo em um mundo inexistente (fabricado), dominados e manipulados (isso está claramente mostrado nos dois livros Conspiração Interdimensional). Essa situação perdura até hoje para a maioria, se bem que a cada dia mais e mais pessoas despertam, saem, libertam-se da Matrix.

A trilogia do filme Matrix, também, sofreu forte influência do cristianismo gnóstico e dos evangelhos apócrifos. Os filmes destacaram simbolicamente a necessidade de romper com a vida artificial existente dentro da Matrix, que ilude por sua aparente realidade, mas, que não passa de uma vida paralela à verdadeira vida do espírito. Por isso, o filme sugere e estimula a necessidade de acordar, sair da Matrix e iluminar-se espiritualmente para viver a verdadeira vida para além dos limites tridimensionais.

Diversas canalizações apontam para o tempo de ascensão planetária e das pessoas que assim o desejarem. Então, é momento agora de trabalhar-se para a elevação energética, ao ponto de ascender também, o que irá propiciar o rompimento do ciclo das reencarnações terrenas (tão negadas pelas religiões tradicionais), o que precisa ser priorizado (tal como alertado nos romances Conspiração Interdimensional 1 e 2), pelo menos no que diz respeito às encarnações kármicas, visto que sempre poderão acontecer encarnações como missão espiritual.

Precisa-se, com efeito, de menos igrejas e mais espiritualidade. A espiritualidade precisa ser praticada em todos os lugares, junto aos necessitados, tal como Jesus fez em sua vida. Fala-se tanto em aceitar e seguir Jesus e o que se vê é exatamente o contrário: soberbas espirituais (fiéis achando que estão salvos porque levantaram a mão em um templo qualquer e que os outros estão condenados por não terem idêntica atitude), evidenciando discriminação, falta de amor cristão, esquecendo de que Jesus tocava todos os seres, amava a todos sem exceção, deixando um exemplo prático de como viver o amor incondicional em todos os lugares. Isto, sim, é aceitar e viver o amor de Cristo e não ser apenas igrejista (termo significando aquelas pessoas que se acham salvas, tão-somente por pertencerem e frequentarem determinada igreja).

Apresentando convívio social super-agradável, as igrejas são armadilhas bem planejadas desde há muito e estão levando as pessoas a entrarem nelas e não conseguirem mais sair, passando a viver numa verdadeira matrix espiritual, em um mundo artificial e não verdadeiro, sendo manipulados, dominados, fazendo o jogo espiritual de submissão e medo.

Jesus em viagem astral me disse que os seus ensinamentos terrenos vêm tendo enfoques indevidos: “Os meus ensinamentos terrenos foram distorcidos ao longo do tempo pelas religiões, não correspondendo ao que Eu, de fato, deixei de legado a todos os meus irmãos terrenos.”

Em mensagem canalizada recebida por Pietro Ubaldo, Jesus disse:

Do alto da cruz vos contemplo, homens de boa vontade, de todas as raças e crenças. Estas vos dividem; a minha palavra nos unifica. Não falo somente aos cristãos, porém, a todos os meus filhos, que são os justos da Terra, qualquer que seja a raça ou fé. Falo a todos, não considerando vossas diferenciações humanas. Minha palavra é universal como a luz do Sol. A divindade não pode se isolar numa igreja particular.

É tempo urgente de ter olhos espirituais e mente alerta, racional, para ver e liberar das teias criadas pelos homens. É tempo de se libertar da matrix e poder caminhar no efetivo progresso espiritual pessoal na busca e obtenção da ascensão espiritual, da iluminação.


Luz, amor e conhecimento.

Moacir Sader
Mestre de Reiki Usui, Karuna e da Chama Violeta